Caldeiras de Condensação

Descarregue o nosso artigo aqui: Teoria da condensação

 

Como funcionam as Caldeiras de Condensação?

 

  • Princípio de funcionamento

Todos os combustíveis que contém hidrogénio produzem água na sua combustão. Parte do calor produzido pela reacção  de combustão é gasto para vaporizar a água produzida.

Até ao aparecimento das Caldeiras de Condensação, o calor gasto na vaporização da água da reacção era completamente perdido. Este calor, é o somatório do calor latente e sensível do vapor de água e representa aproximadamente 540 Kcal por kg de condensação.

Calor sensível

É o calor libertado apenas pela redução da temperatura dos gases de combustão. É calor ganho, que as caldeiras tradicionais perdiam, mas não é a parcela mais importante, que é a do calor latente.

Os fumos resultantes da combustão das caldeiras tradicionais estão a 130ºC enquanto nas Caldeiras de Condensação estão a cerca de 50ºC. Esta redução de temperatura, de 80ºC, multiplicado pelo calor específico dos fumos e pelo caudal dos mesmos representa o calor sensível recuperado.

Calor latente de condensação

Representa o calor libertado pelo vapor de água na altura da sua mudança de estado para líquido. É a grande parcela de calor, logo a que mais interessa recuperar. Durante este processo de mudança de estado não há alteração de temperatura.

Rendimento das Caldeiras Convencionais VS Caldeiras de Condensação

É necessário perceber qual a base sobre a qual se calcula o rendimento de uma caldeira, para se entender os rendimentos na ordem dos 110% nas Caldeiras de Condensação.

Energia PCI e PCS

Figura 1. Comparação entre a quantidade de energia indicada pelo Poder Calorífico Inferior (PCI) e a indicada pelo Poder Calorífico Superior (PCS).

Tradicionalmente, referimo-nos ao rendimento de uma caldeira tendo por base o poder calorífico inferior (PCI). Isto significa que o rendimento de uma qualquer caldeira é a divisão da sua potência útil sobre o caudal térmico fornecido, conforme indicado na equação 1.

equação 1

Em que:           Pot.útil = Potência fornecida à água em kW

Caudal térmico = PCI do combustível em kW

Nas Caldeiras de Condensação, o calor latente e sensível recuperado pelo abaixamento de temperatura dos fumos de queima e respectiva condensação, é normalmente superior ao valor do calor perdido pela caldeira (perdas térmicas não aproveitadas para a água). Isto significa que normalmente se consegue que a Potência útil seja superior ao PCI, o que se traduz em rendimentos superiores a 100%.

Calor sensível e calor latente

 

Figura 2. Poder Calorífico Inferior (PCI) e Poder Calorífico Superior (PCS) de diferentes combustíveis..

Ponto de orvalho

A condensação acontece no ponto de orvalho. A temperatura do ponto de orvalho aumenta com a elevação do teor de CO2 (ou ao diminuir o excesso de ar primário do queimador).

Pela sua equação química e tipo de reacção, o metano tem temperaturas de orvalho superiores, e assim mais vantajosas, relativamente ao gasóleo.

Ponto de orvalho metano e gasóleo

Figura 3. Gráfico do ponto de orvalho dos gases resultantes da queima de Metano e Gasóleo, em função do teor de dióxido de carbono resultante.

Analisando o gráfico da figura 3, verificamos que para o mesmo teor de dióxido de carbono na ordem dos 9% resultam em pontos de orvalho para gases resultantes da queima de metano na ordem dos 54ºC, enquanto no caso da queima do gasóleo, os gases resultantes apenas condensam aos 41ºC.

Desta analise se conclui que é muito mais fácil recuperar o calor latente de gases provenientes do metano do que dos gases da queima do gasóleo.

  • Funcionamento

O fluxo dos fumos é em “contracorrente” em relação ao da água para permitir que a redução da temperatura dos fumos seja o maior possível. Para os condensar, é necessário que a temperatura de retorno da instalação seja inferior ao ponto de orvalho.

Caldeiras de condensação de permutador único

Pelo cruzamento da informação disponível nas figura 3, 4 e 5, percebemos que para as Caldeiras de Condensação a metano é possível trabalhar em sistemas de aquecimento cujo retorno seja 50ºC, com aproveitamento integral das capacidades da caldeira. São temperaturas que servem quase qualquer tipo de aquecimento, quer de baixa (pavimento radiante, ventiloconvectores, etc), quer de alta temperatura (radiadores, etc.). Apenas é necessário precaver, no caso dos radiadores, um número de elementos compatível com a potência necessária para o local aquecido.

Para as Caldeiras de Condensação a gasóleo o retorno da instalação deverá andar na ordem dos 37ºC. Aqui, claramente, são caldeiras mais adequadas para sistemas de aquecimento de baixa temperatura.

  • Evolução da tecnologia

Apesar de o princípio teórico da condensação ser simples, a construção das caldeiras na prática não foi tão fácil como se poderia supor. E a dificuldade advem de vários problemas técnicos, para os quais houve necessidade de arranjar soluções que não retirassem a viabilidade económica das caldeiras.

 Possíveis problemas técnicos

O problema mais evidente é a corrosão devido à condensação. Os fumos tem sempre na sua composição Nox e Sox, que quando condensam são responsáveis pelo baixo teor de pH do efluente. Os condensados das Caldeiras de Condensação a metano tem um pH entre 3,5 e 5. Os provenientes das Caldeiras de Condensação a gasóleo tem um pH entre 1,8 e 3,5.

Outro dos eventuais problemas prende-se com a má evacuação de fumos. São fumos a baixa temperatura. Quanto menor a temperatura, menor o gradiente de velocidades dos fumos, no limite com consequência de dificuldade de evacuação, e impossibilidade de funcionamento das caldeiras.

A necessidade de recuperar muito mais energia dos gases de combustão obriga à necessidade de superfícies de permuta amplas e eficientes. Normalmente são áreas duas a quatro vezes maiores que as das caldeiras tradicionais.

As caldeiras existêntes no mercado são de dois tipos. Com dois permutadores, ou com apenas um permutador.

Caldeiras com duplo permutador

As caldeiras de duplo permutador, separam em duas zonas a recuperação de calor. São constituídas por um ventilador de evacuação de fumos, um permutador primário, onde recupera o calor da combustão, um queimador Atmosférico e um permutador secundário em alumínio ou inox , que é exclusivo para a condensação.

Caldeiras com permutador único

As caldeiras com apenas um permutador, sã constituídas por um queimador Pré-mistura, um permutador em Alumínio – Silício ou Inox, onde se recupera o calor resultante da queima, o calor sensível da redução de temperatura dos gases e o calor latente da condensação.

Caldeira de condensação de permutador duplo

Figura 6. Esquema do princípio de funcionamento de uma caldeira de condensação de permutador duplo.

Caldeira de condensação de permutador único

Figura 7. Esquema do princípio de funcionamento de uma caldeira de condensação de permutador único.

 

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História do Pavimento Radiante

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História do Pavimento Radiante

Pavimento Radiante na Civilização Minoica

O pavimento radiante terá sido usado pela primeira vez pela civilização Minóica, há mais de 5.000 anos.

 

Posteriormente, ainda ha mais de 2.000 anos foram os romanos que o utilizaram, ainda que com tecnologias muito diferentes das actuais, nomeadamente pela passagem de gases de queima por canais de tijolo aplicados no pavimento dos locais aquecidos.

 

A mesma tecnologia foi utilizada pelos Japoneses e Coreanos que há cerca de 800 anos utilizaram para aquecer a casa a partir do chão.

Pavimento radiante no Japão

Estes sistemas tinham riscos, especialmente de intoxicação pelos gases de combustão.

Apesar de tão antigo, o seu grande desenvolvimento foi nos anos mais recentes, pela clara percepção de o pavimento radiante ser sem dúvida nenhuma a forma mais eficiente de climatizar uma habitação.

 

No século passado foram feitas muitas instalações com tubagem em ferro preto. Nestas instalações era cometido o erro de trabalhar a temperaturas altas. Havia duas consequências nefastas neste tipo de procedimento: risco de danos para a superfície aplicada sobre o pavimento (especialmente no caso das madeiras) e risco de saúde (especialmente doenças circulatórias, como por exemplo as varizes).

Circuitos pavimento radiante

Hoje em dia há a perfeita noção de que o pavimento radiante foi desenvolvido para trabalhar a baixas temperaturas. Nunca podemos ter temperaturas superiores a 30ºC na superfície do pavimento. Para isso não é necessário mais do que 35-40ºC na impulsão da água de aquecimento.

 

Toda a evolução descrita levou-nos a trabalhar com tubagens mais económicas e resistêntes (mais usualmente o PEX – Polietileno reticulado) e de forma mais eficiente pelas baixas temperaturas que garantem toda a segurança para os materiais e saúde dos utilizadores.

 

O pavimento radiante acumula evidentes vantagens estáticas e funcionais. Qual é o outro sistema que não ocupa paredes, não tem qualquer ruído e proporciona temperaturas tão uniformes por todas as divisões?

 

Manutenção de Ar Condicionado

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Manutenção de Ar Condicionado

Tal como todos os equipamentos mecânicos, o Ar Condicionado necessita da sua manutenção para garantir a sua durabilidade e eficiência. As recomendações de manutenção de ar condicionado podem ser específicas de produto para produto, e de marca para marca, mas no essencial é possível indicar um plano de manutenção geral para todos os equipamentos. Será sempre necessário ter em consideração que este é um plano geral e que qualquer indicação do manual do aparelho específico, ou da marca que o produz, se sobrepõem a estas orientações.

Ar Condicionado

A manutenção do Ar Condicionado é dividida em duas partes: a manutenção à unidade interior e a manutenção à unidade exterior. O plano deve ser executado respeitando todos os procedimentos de segurança. É necessário ter em atenção que os aparelhos de Ar Condicionado têm partes móveis (como os ventiladores), partes alimentadas electricamente e partes que podem atingir temperaturas altas. Alguns dos procedimentos de manutenção, especialmente pela regularidade exigida, devem ficar a cargo do utilizador final, como por exemplo a limpeza dos filtros das unidades interiores. Nestas situações, todo o procedimento, bem como todos os riscos devem ser bem explicados ao utilizador final.

Manutenção Ar Condicionado

Manutenção do Ar Condicionado –  Unidades Interiores

Unidade Interior Ar Condicionado

Calendário

Pontos a verificar Todos os meses De 6 em 6 meses Anualmente
Unidade Interior
Filtros de ar X
Painel da Unidade Interior X
Interior da Unidade Interior X
Procurar fugas de gás X
Verificar boa fixação da unidade X
Dreno de condensados
Limpeza do tabuleiro e tubo X
Verificação do bom escoamento dos condensados X
Limpar e verificar o funcionamento da bomba de condensados (se existir) X
Ligações eléctricas
Verificar apertos das ligações X
Comando remoto
Verificar bom funcionamento X
Verificar estado das baterias X

Manutenção do filtro de ar   É necessário limpar o filtro de ar após utilizá-lo durante cerca de 100 horas. Esta frequência está dependente da qualidade do ar interior, e da rapidez de colmatação do filtro. Caso o ar condicionado funcione em ambientes extremamente poeirentos pode ser necessário limpar o filtro de ar de duas em duas semanas.

  1. Parar o equipamento e retirar o filtro de ar.
  2. Abrir o painel frontal.
  3. Retirar o filtro de acordo com as instruções do fabricante.
  4. Limpar filtro de ar:

4.1.Limpar os filtros com um aspirador 4.2.  Se a sujidade for aparente, lavar com uma solução de detergente em água morna. 4.3.  Depois de limpar, deixar secar bem à sombra. 4.4.  Nesta fase é possível aplicar produtos próprios para desinfecção bacteriana específicos. Esta aplicação deve seguir as indicações do produto.

  1. Voltar a instalar o filtro de ar
  2. Fechar novamente o painel frontal.

Manutenção do painel frontal  

  1. Desligar Ar Condicionado.
  2. Desligar a fonte de alimentação do aparelho.
  3. Retirar o painel frontal de acordo com as instruções do aparelho.
  4. Limpar com um pano macio e seco.
  5. Utilizar água morna (abaixo dos 40ºC) para limpar caso o equipamento esteja bastante sujo.
  6. Utilizar um pano seco e limpo para secar.
Atenção!Nunca utilizar substâncias voláteis tais como gasolina ou pó abrasivo para limpar o equipamento.Nunca deixar cair água sobre a unidade interior.Perigoso! Choque eléctrico!
  1. Voltar a instalar e fechar o painel frontal.

Limpeza do interior da unidade   Pode haver sujidade dentro do aparelho após um grande período de utilização. Esta sujidade pode afectar o bom funcionamento do aparelho. Este procedimento deve ser efectuado por um técnico.

  1. Abrir o aparelho segundo as indicações do fabricante.
  2. Com um aspirador limpar todo o interior do aparelho.
  3. Limpar cuidadosamente a bateria do aparelho.
  4. Fechar o aparelho segundo as indicações do fabricante.

Limpeza do dreno de condensados   Com o decorrer do tempo podem aparecer alguns fungos ou bactérias no tabuleiro de condensados, ou no tubo do dreno. Estes podem vir a colmatar parcial ou totalmente e dificultar o escoamento dos condensados. É necessário garantir que o tabuleiro e o tubo do dreno se encontram limpos e a escoar correctamente os condensados.   Outras recomendações:

  • Desligar os aparelhos quando não vão ser usados por um período de tempo mais longo, e proteger do pó.
  • Limpar periodicamente os aparelhos com um pano macio e seco.
  • Tirar as pilhas dos comandos se não forem usados durante um longo período de tempo.
  • Manter as janelas, cortinas e portas bem fechadas para evitar perdas e, no verão, entrada de sol. Mas a generalidade dos aparelhos não renovam o ar. É necessário arejar as divisões regularmente, para garantir a boa qualidade do ar interior.

Limpeza de Ar Condicionado

 

Manutenção do Ar Condicionado –  Exteriores

 

Unidade Exterior Ar Condicionado

Calendário

Pontos a verificar Todos os meses De 6 em 6 meses Anualmente
Unidade Exterior
Permutador de calor X
Verificar boa fixação da unidade X
Procurar fugas de gás X
Verificar pontos de corrosão X
Dreno de condensados
Limpeza do tabuleiro e tubo X
Verificação do bom escoamento dos condensados X
Limpar e verificar o funcionamento da bomba de condensados (se existir) X
Ligações eléctricas
verificar apertos das ligações X
Compressor
Verificar consumos X
Verificar ruídos X X
Ventilador
Verificar bom funcionamento X
Verificar ruídos X

 

Aviso: Antes de limpar as unidades de ar condicionado, é necessário desliga-la da corrente eléctrica.Não molhar as unidades de ar condicionado, caso contrário há o risco de choque eléctrico.Nunca usar água para lavar as unidades de ar condicionado.
Cuidado: Não usar líquidos voláteis como diluente ou gasolina – podem danificar o acabamento das unidades.Usar para limpar as carcaças das unidades somente tecido suave e seco ou, para casos mais difíceis, tecido humedecido em água (a menos de 45ºC) ou num liquido desengordurante neutro.Nunca secar o filtro da unidade interior com chama ou ar muito quente: o filtro pode arder ou deformar

Permutador de calor exterior: Usar um aspirador com um pincel de nylon para limpar pós e sujidades na superfície do permutador. Soprar o pó com um compressor de ar se houver um disponível. Nunca utilizar água para limpar o permutador.   Dreno: De forma a escoar fluentemente os condensados, verificar regularmente se o tubo do dreno está obstruído ou não.   Corrosão: Se houver ferrugem na unidade exterior, pintar o sítio com ferrugem de forma a evitar que se espalhe.   Verificação no início da estação Verificar a entrada e saída do ar das unidades exteriores e interiores para confirmar se não há bloqueio. Verificar a ligação terra para confirmar se a terra é boa. Verificar as baterias do controlo remoto para constatar se precisam de ser substituídas. Verificar a unidade exterior para confirmar se a instalação está estável.   Contactar os Serviços de Assistência Técnica do fabricante se detectar algo anormal   Para arrancar as unidades, após uma paragem prolongada, ligar o aparelho em “ON” oito horas antes do arranque para assegurar um arranque seguro e estável.   Manutenção do Ar Condicionado no final da estação Desligar a unidade da corrente eléctrica. Limpar o filtro e a carcaça da unidade exterior se existir. Retirar pó e sujidade da unidade exterior.

Manutenção aparelhos Ar Condicionado